Instalação multimedia composta por projeção de vídeo e objetos de grande e pequena escala. A exposição, intitulada “Alma-bluco”, refere-se a uma crença cultural específica sobre a transitoriedade dos espíritos. Reconhecido pela primeira vez em São Tomé e Príncipe, o termo foi cunhado num novo corpo de trabalho com forte foco na celebração de personagens fictícias.

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Isto é o que me vem à cabeça de cada vez que me preparo para falar de "Alma-Bluco", uma exposição individual de Musa paradisiaca: uma frase dissimuladora, uma injunção enigmática, quase um feitiço, que informa tão totalmente a génese e os contornos desta exposição que não deixa espaço para nenhuma outra palavra. E ainda falta dizer: (...) há já alguns meses que Musa paradisiaca trabalha numa padaria (...). A padaria acaba por ser o coração pulsante de uma atividade humana que ocorre quando todas as outras param: um lugar onde uma misteriosa força nocturna é capaz de criar alimentos. Certa noite, o padeiro explicou porque razão os grandes animais dormem de pé:

“Quando um animal se deita, seus órgãos internos mudam de lugar, causando asfixia. Portanto, um animal que cai nunca mais se levanta."

Elfi Turpin

Brochura da exposição.
© Raquel Pinto