O ÊXTASE E O ÉDEN
O Êxtase e o Éden, 2014
filme 16mm transferido para HD, 4:3, cor, som, 8’10’’
com António Poppe
Uma máquina a vapor começa a funcionar acompanhada de uma uma voz que a mimetiza. Num estado onírico, flores aparecem. Apenas quando a máquina abranda deixamos de as ver.
O filme baseia-se no êxtase progressivo de um corpo mecânico que, ao atingir o seu fluxo máximo de energia, entra num estado de sonho - uma visão de plantas. Os modelos vegetais, como máquinas, também se mostram ao observador e, entre o belo e os genitais, é-se trazido de volta à realidade, ao fluxo do vapor, da tracção e do movimento, desacelerando gradualmente até o ponto de paralisação. O som, a terceira personagem do filme, é integralmente composto por efeitos sonoros produzidos em colaboração com António Poppe, um poeta português que trabalha com a meditação como medium. Como interpretação directa da montagem do filme, o som pretende constituir uma linguagem mecânica. Ao operar como uma extensão do corpo humano, essa linguagem é produzida como um puro acto de ventriloquismo, dando vida às personagens inanimadas, tanto máquinas quanto plantas.
Dan Gunn
Com o apoio do Museu da Ciência da Universidade Coimbra (Portugal), Fábrica da Pólvora de Vale de Milhaços - Ecomuseu Municipal do Seixal (Portugal) e CRAC Alsace (Altkirch, França).
Agradecimentos especiais a Graça Filipe, Francisco Moura, Elfi Turpin, Filipa Oliveira e António Poppe.