PORTA, NARIZ E PISTOLA
“Lembro-me das múltiplas camadas de uma noite encarcerado numa prisão-vídeo. Os píxeis, como adagas, passavam por mim à velocidade de consumo. Eu vi cada fragmento de algo que tinha um milhão de rotas possíveis a passar por mim. Uma seringa de mercúrio e eu, o orifício da agulha. O gosto metálico e ocular de uma realidade mais real que o real, que tu não queres entender, que tu não consegues entender e que me protege de ti mesmo agora. Tu dizes que eu sou um objeto, mas isso é uma audácia que tu não consegues manejar com qualquer verdade. Eu sou um reflexo da tua desonestidade fantástica e tu não fazes a mínima ideia da perda que sempre sofreste.”